A freguesia de Vila Pouca da Beira pertence, atualmente, à União de Freguesias de Santa e Vila Pouca da Beira, que se situa no concelho de Oliveira do Hospital. Possuí uma área com cerca de 5,5 quilómetros quadrados, fazendo fronteira com Santa Ovaia, Lourosa, Avô, Nogueira do Cravo e Vila Cova do Alva.
Situa-se na margem esquerda do rio Alva e compreende uma povoação anexa, Digueifel, e algumas quintas, como é o caso da Quinta da Insua.
As origens da povoação são algo incertas, mas a descoberta de moedas romanas no século XIX na Quinta das Obras, a descoberta de uma calçada romana, de documentos do século X que referem esta localidade como “Villa”, quase que testemunham a ocupação romana e a influência deste povo na região.
Vila Pouca da Beira pertencia à rainha D. Dulce, esposa do rei D. Sancho I, a qual mais tarde doou a paróquia à Sé de Coimbra.
Segundo as Inquirições de 1258, sabe-se que já nesta altura Vila Pouca da Beira era um concelho, conforme o Cadastro da população do Reino em 1527.
No ano de 1519, o rei D. Manuel I deu novo foral a Vila Pouca, e a 1540, D. João III deu sentença sobre a jurisdição do Cabido da Sé de Coimbra nos seus coutos, nomeadamente o de Vila Pouca. O concelho foi eliminado em 1836 e incluído no de Avô, este extinto em 1855, passando para o atual.
Terra de coragem, Vila Pouca da Beira foi mãe de notáveis pessoas que orgulharam os seus conterrâneos. Genoveva Maria do Espírito Santo, Micaela, José de Abreu Mascarenhas Castelo Branco Brandão, Dr. António Abreu Mesquita, Professor António da Costa Viegas, Dr. Manuel Hall Themido, João Nunes Viegas e Maximino da Costa.
A freguesia de Vila Pouca da Beira pertence ao concelho de Oliveira do Hospital, do qual dista 12 quilómetros. Com uma área de 5.5 quilómetros quadrados, faz fronteira com as freguesias de Lourosa, Avô, Santa Ovaia, Nogueira do Cravo e Vila Cova do Alva. Situa-se na margem esquerda do rio Alva e compreende uma povoação anexa, Digueifel, e algumas quintas como a quinta da Ínsua.
As origens da povoação são algo incertas, mas a descoberta de moedas romanas no século XIX na quinta das Obras, de sepulturas antropomórficas perto da Capela de São Miguel, e de uma calçada romana, assim como a referência em documentos do século X que referem esta localidade como “Villa”, quase que testemunham a ocupação romana e influência deste povo na região.
Vila Pouca da Beira foi da paróquia de São Pedro de Lourosa, uma relação antiga que atesta a remota existência da Vila. Como toda a paróquia antiga de Lourosa, Vila Pouca da Beira pertencia à rainha D. Dulce, esposa do rei D. Sancho I, a qual mais tarde doou a paróquia à Sé de Coimbra. Vila Pouca da Beira era do couto de Lourosa, o que determinou o seu municipalismo próprio. A povoação no século XIII tinha um encargo com a coroa, a “colheita”, que contemplava trezentos e vinte pães, cinco puçais de vinho, uma vaca, cinco carneiros, dois porcos, vinte galinhas, dois cabritos, dois leitões, duzentos ovos, duas restes de alhos e duas de cebolas, um almude de azeite, uma libra de pimenta, um alqueire de manteiga, outro de mel, uma libra de cera, um mão de linho, um sexteiro de milho para os cães do rei, um alqueide de sal e cinco almudes de cevada.
Segundo as Inquirições de 1258, sabe-se que já nesta altura Vila Pouca da Beira era um concelho, e conforme o Cadastro da população do Reino em 1527, Vila Pouca surge com mais de 50 fogos. O concelho tinha de comprido meia légua, e de largo, um quarto de légua antiga.
No ano de 1519, o rei D. Manuel I deu novo foral a Vila Pouca, e a 14 de Janeiro de 1540, D. João III deu sentença sobre a jurisdição do Cabido da Sé de Coimbra nos seus coutos, nomeadamente o de Vila Pouca. O concelho foi eliminado em 1836 e incluído no de Avô, este extinto em 1855, passando para o actual.
Terra de coragem, Vila Pouca da Beira foi mãe de notáveis que orgulharam os seus conterrâneos. Genoveva Maria do Espírito Santo nasceu por volta de 1732. Quando tinha 11 anos, a Igreja Matriz foi vandalizada, e o seu sacrário roubado. Toda a população reagiu com indignação, mas Genoveva sentiu na alma uma dor tão profunda que lhe alimentou a vontade de fundar uma obra, um Convento, no qual as religiosas estivessem sempre na presença do Santíssimo Sacramento. Levada por uma fé e convicção inabaláveis, esta mulher do povo não desistiu perante as dificuldades e começou a pedir esmola às portas, de terra em terra. O seu propósito era tão belo que ninguém lhe negava uma moeda, nem mesmo a família real, pois Genoveva chegou a ir ao Brasil onde recebeu diamantes da rainha Carlota Joaquina. A força desta mulher humilde teve os seus frutos. O Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento foi construído sob lemas como a penitência, austeridade e santidade.
Micaela, outra mulher de Vila Pouca, ficou na História por ter matado um soldado francês aquando das invasões francesas em 1811. O exército francês fugia em debandada, mas destruindo e queimando todas as povoações que encontrava. Assim se passou com Vila Pouca, onde o Convento foi alvo de vandalismo. No entanto, a coragem da sua população ficou mais uma vez provada pelos actos de Micaela.
A José de Abreu Mascarenhas Castelo Branco Brandão deve-se a reforma da Igreja Matriz efectuada em 1818. De espírito altruísta, foi o próprio que custeou integralmente as obras, no valor de 8 contos de réis. Destaca-se ainda o Conselheiro Dr. António Abreu Mesquita, ilustre magistrado, reconhecido pelo Ministério da Justiça e promovido a Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça. Era o dono do único telefone de Vila Pouca, mas no entanto, num gesto caridoso, permitia que o mesmo fosse usado como telefone público. Foi igualmente por seu intermédio que parte da povoação foi electrificada e se alcatroou a estrada. Dono de uma extraordinária biblioteca, o seu gosto pelo saber foi partilhado com as crianças de Vila Pouca, pois a este extraordinário homem se deve a criação de uma escola de instrução primária. O Professor António da Costa Viegas foi Presidente da Junta de 1955 a 1958. Mandou construir a Torre Sineira da Igreja Matriz e assumiu os custos.
O Embaixador Dr. João Manuel Hall Themido, nascido numa das mais notáveis famílias de Vila Pouca, cursou Direito e atingiu a carreira de Embaixador aos 46 anos. Foi Embaixador em Roma, em Washington e em Londres. Recebeu as Grã-Cruzes da ordem do Infante D. Henrique e da Ordem de Cristo, entre outras condecorações. É ainda Comendador da Legião de Honra da França e Grande Oficial da Ordem de Mérito da Alemanha. Publicou ainda dois livros de sua autoria.
João Nunes Viegas foi Presidente da Junta perto de 30 anos. A ele se devem as grandes alterações que beneficiaram a freguesia como o abastecimento de água, a construção de uma escola, a implementação de uma rede de esgotos, a ampliação da rede eléctrica, a reconstrução da Igreja Matriz, o melhoramento de vias de comunicação, os bancos de lazer, e a construção do novo cemitério, entre outros. Infelizmente, a sua abnegação nem sempre foi reconhecida, mas mesmo assim, a preocupação que sempre nutriu pela freguesia e os seus habitantes foi louvável. Curiosamente, era também um excelente artista no talhar da pedra.
Maximino da Costa exercia a actividade de funileiro, fabricando artesanalmente peças em zinco, dignas de um museu. Foi Regedor durante vário anos, e durante 4 décadas foi Juiz da Confraria de São Miguel, irmandade com mais de 150 anos. Gerrit Komerij nasceu na Holanda, mas escolheu Vila Pouca da Beira como terra mãe. É um célebre poeta, ficcionista, ensaísta, tradutor e organizador de antologias. Em 1993 foi-lhe atribuído um dos mais distintos galardões literários da Holanda, o prémio P.C. Hooft de Ensaio.
BRASÃO – Heráldica de VILA POUCA da BEIRA
Escudo de ouro, torre sineira de vermelho, lavrada de prata e iluminada do campo, com sino de negro, entre dois ramos de três espigas de trigo de verde, atados de vermelho; campanha diminuta ondada de azul e prata de três tiras. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro
“VILA POUCA da BEIRA”.Capela de Nossa Senhora do Rosário em Digueifel, Vila Pouca da Beira
A capela situa-se ao centro, é pequena mas graciosa, construída em 1746. Ao alto, no frontispício do templo pode ver-se uma escultura de N. Senhora das Neves; ao lado um pequeno cruzeiro, modesto mas simbólico e de fronte um fontanário.
Capela de São Miguel em Vila Pouca da Beira.
A capela de S. Miguel foi construída em 1689 e situa-se à saída da vila, à beira da estrada que se dirige para a Ponte das Três Entradas. É um templo modesto, com pavimento lajeado e um pequeno altar onde apenas figura a imagem de Cristo. Mas nos dias de festa conta também com a presença da imagem de S. Miguel. As paredes do edifício foram rebocadas e foi-lhe colocado um telhado novo na década de 80. Mas a antiguidade é bem visível na soleira da porta da entrada, muito desgastada, na torsa e ombreiras que revestem a mesma e no valioso painel que ornamenta o altar, embora muito deteriorado. Exteriormente podemos observar dois painéis de azulejo, um na frontaria e outro na retaguarda, com a imagem de São Miguel Arcanjo.
Igreja Paroquial de Vila Pouca da Beira.
A Igreja Paroquial de Vila Pouca da Beira é datada do século XVI, foi reedificada em 1818 e restaurada na década de oitenta. O Retábulo principal é do princípio do século XVII de colunas torcidas, camarim e nicho de Santos. Os altares colaterais são da época da renovação. Tem várias esculturas correntes dos séculos, XVI, XVII e XVIII. O seu Óraculo é S. Sebastião. No seu exterior ergue-se a Torre cimeira mandada construir em 1960.
Convento do desagravo em Vila pouca da Beira
O convento do desagravo em Vila pouca da Beira é um imóvel com características básicas arquitectónicas do séc. XVIII, e deve a sua construção á vontade do Bispo Conde D. Francisco de Lemos Faria Pereira Coutinho, quer concedeu licença para a sua fundação a 19 de Agosto de 1780, não estando ainda organizado o projecto do edifício.
Mas a verdadeira responsável pela criação do Convento foi Genoveva Maria do Espírito Santo que nasceu por volta de 1732, e quando tinha 11 anos viu a igreja matriz do seu lugar ser vandalizada e o seu sacrário roubado. Toda a população reagiu com indignação, mas Genoveva sentiu na alma uma dor tão profunda que lhe alimentou a vontade de formar uma obra, um convento no qual as religiosas estivessem sempre na presença do Santíssimo sacramento. Esta mulher do Povo, levada pela fé, não desistiu perante as dificuldades e começou a pedir esmolas ás portas de terra em terra. O seu propósito era tão belo que ninguém lhe negava uma moeda, nem mesmo a família real, pois Genoveva chegou a ir ao Brasil onde recebeu diamantes da Carlota Joaquina. A força desta mulher teve frutos e o convento do Desagravo foi mesmo construído. Genoveva faleceu a 31 de Dezembro de 1821. Foi escolhido o sítio chamado S. José, onde existia uma capela que foi substítuida pelas novas edificações do Convento escolhido também o instituto Louriçal para esta fundação. A 27 de Maio de 1791 vieram do instituto dou Louriçal duas religiosas professoras e quatro noviças, alojando-se no hospício, parte do edifício já concluído. A construção do convento deverá ter sido iniciada em 1780 e terá ficado concluída em 1800.
Depois do falecimento da última freira em 1889 fez-se a adaptação e ampliação de uma parte do convento para hospital civil. Em 1928 foi instalado no convento o posto agrário do alto do Mondego, agregado ao de Viseu, e foi extinto em 1935. Nesse mesmo ano de 1935, foi lavrada escritura de arredondamento ás religiosas Doroteias, que ali instalaram o seu colégio em Outubro de 1936, a seguir ás obras de reconstrução efetuadas na sequência de um incêndio sofrido na noite de 1 de Setembro de 1935. Este colégio das religiosas Doroteias encerrou em Julho de 1939, tendo as religiosas deixado o convento em 13 de Dezembro desse mesmo ano. Em 1942 tomaram conta do convento as religiosas dominicanas Contemplativas que desistiram do edifício em 1952. A favor da junta geral da província que aqui veio instalar um dos seus institutos de assistência.
Em 1959, a propriedade do convento transitou para a fundação Bissaya Barreto e ali foram desenvolvidas actividades de assistência infantil, através da Colónia de Férias chamada “ Ar e Sol”. Em 1975 e 1983 o edifício do Convento do Desagravo serviu de alojamento a algumas famílias desalojadas, regressadas das ex-colónias Portuguesas.
Em Julho de 2000, a Fundação Bissaya Barreto, actual proprietária, entendeu promover a valorização do Convento do Desagravo, iniviando as obras de recuperação e adaptação a unidade Hoteleira, obras estas que vieram a ser concluídas dois anos depois.Após algumas negociações da Fundação Bissaya Barreto com a Enatur, foi inaugurada a Pousada Convento do Desagravo em Outubro de 2002.
A União de Freguesias foi constituída em 2013, no âmbito da Reorganização administrativa do território das freguesias (Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro), pela agregação das antigas freguesias de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira.
População Residencial (Censos 2011): 952 hab.
Sede:
Largo Engº Figueiredo e Castro, nº2
3400-602 Santa Ovaia
Telefone: 238 671 684
E-mail: freguesia.so.vpb@gmail.com
Horário de funcionamento:
Santa Ovaia – 2ª e 4ª Feiras – 17:30 as 19:30 horas
Sede ( Santa Ovaia )
Largo Engº Figueiredo e Castro, nº2
3400-602 Santa Ovaia
Telefone: 238671684
Chamada para a rede fixa nacional